O voto feminino é fundamental para conquistarmos a igualdade de gênero no Brasil e no mundo. 

Historicamente, o papel das mulheres na sociedade era associado à criação dos filhos e cuidados da casa e as leis davam a pais e maridos o total direito sobre as propriedades de suas esposas e de seus corpos. 

Tantos anos de repressão fizeram com que ainda não tenhamos alcançado os mesmos direitos que os homens. 

O próprio voto feminino só foi conquistado em 1932, que era facultativo, sendo equiparado ao dos homens apenas em 1965. 

Saiba mais sobre a importância do voto feminino e como ele pode garantir a igualdade de gênero no país a seguir. 

Igualdade de gênero está a 132 anos de distância

De acordo com o relatório Gap, do Fórum Econômico Mundial, precisaremos lutar por mais 132 anos até alcançarmos a igualdade de gênero. 

Em um ranking de 146 países, o Brasil está no 94º lugar, ficando atrás dos nossos países vizinhos: Argentina (33º), Guiana (35º), Peru (37º), Bolivia (51º), Uruguai (72º), Colômbia (75º) e Paraguai (80º). 

As piores categorias para as brasileiras são empoderamento político e participação econômica e oportunidades, enquanto ganhou pontos no quesito oportunidades educacionais. 

Isso significa que apenas as mulheres daqui quatro ou cinco gerações terão os mesmos salários, mesmas oportunidades e mesma carga de trabalho doméstico que os homens. 

E como alcançar e acelerar essa igualdade? 

Através de políticas públicas que reforcem a igualdade de gênero, promovam a educação da sociedade sobre o tema e o acompanhamento das ações que existem para reduzir essas diferenças. 

Mulheres são as que mais se abstêm nas eleições – e a maioria da população

Apesar de sermos 53% do eleitorado, 8,6 milhões de eleitoras mulheres a mais que homens, temos baixa taxa de participação nas escolhas dos candidatos no momento de votar. 

Um levantamento feito pelo movimento Elas que Decidem concluiu que 33 milhões de mulheres não escolheram um nome para as urnas nas eleições presidenciais de 2018. 

Somando dados do TSE e do Datafolha, que somam abstinência e votos nulos ou brancos, é possível estimar que 43,3% das eleitoras não escolheram um candidato nas eleições de 2018. 

O resultado disso?

Todas as principais chapas para presidente eram compostas por um homem e uma mulher, sendo apenas uma composta por dois homens, a que foi eleita. 

E não estamos falando apenas do cargo mais importante do país, precisamos de mais mulheres na Câmara e no Senado também. 

As mulheres já enfrentam muitos desafios ao se candidatar, como a violência política e a falta de recursos do fundo eleitoral. 

Por isso, apoio financeiro, psicológico e eleitoral são fundamentais nessa disputa. 

Importância do voto feminino e representativo

Já deu para entender a importância do voto feminino, né?

Mas não basta votar em qualquer candidata ou candidato. 

Precisamos escolher aquelas e aqueles que vão pensar, agir e se importar conosco. 

Recentemente, o veto de Bolsonaro na lei de pobreza menstrual mostrou como a maior parte dos políticos não está preparada e não possui conhecimento suficiente sobre o corpo e as necessidades das mulheres para pensar políticas públicas voltadas para nós. 

Se queremos absorventes e métodos contraceptivos gratuitos e acessíveis, opções de creches e escolas, melhores condições de trabalho, fim do feminicídio e da cultura de estupro e outros benefícios para as mulheres, não há outro caminho: precisamos eleger mulheres. 

No ano em que a conquista do voto feminino completa 90 anos, é hora de fazermos nosso voto valer a pena e marcarmos presença na zona eleitoral. 

Você pode apoiar candidaturas financeiramente, compartilhando conteúdo, indicando-as para amigos e familiares. 

Mas, principalmente, na hora do voto. 

Exerça esse direito do voto feminino que foi conquistado com muita luta!