Uma sobe e puxa a outra? Sobre a série The Bold Type

20/05/2021

A relação de competitividade feminina que é transferida do espaço pessoal para o espaço profissional é extremamente negativa. Por isso, construir espaços para além do padrão branco, masculino, heteronormativo e classista é muito importante.

Durante muito tempo, estivemos expostas à ideia de rivalidade feminina, principalmente por meio de filmes e séries, que incentivam a disputa entre mulheres seja por trabalho, relações amorosas ou outras razões. A rivalidade feminina sempre esteve presente nos conteúdos que consumi durante a minha infância, adolescência e às vezes até na vida adulta. Por isso, acho surpreendente poder assistir a produções que têm se dedicado a romper com esse padrão e que me direcionam para uma nova dimensão. A série The Bold Type é uma dessas produções.

Sobre a série The Bold Type

O seriado criado por Sarah Watson e narra os desafios pessoais e profissionais que três amigas enfrentam trabalhando em uma revista de moda chamada Scarlet. Ao longo dos episódios, a série traz debates importantes sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho. 

O que mais me chamou atenção foi a relação construída pela chefe da revista, Jaqueline Carlyle com as protagonistas: Jan Sloan, Kat Edison e Sutton Brady. Mesmo ocupando uma posição de liderança, Carlyle sempre se esforçou em promover o crescimento das mulheres ao seu redor, humanizando suas relações e preservando a saúde mental das colaboradoras. O resultado dessa boa interação é o grande sucesso da revista e da qualidade do serviço prestado.

A competição feminina

Quantas vezes no mundo audiovisual (e também no real) encontramos lideranças que acabam tornando a jornada de outras colegas ainda mais difícil?! Assim como na vida pessoal, o espaço profissional é um campo minado de competições femininas desnecessárias, motivadas pela estrutura patriarcal da sociedade.

A relação de  Jaqueline Carlyle com suas funcionárias me fez pensar o quão incrível seria um mundo diferente. Não só com mais mulheres em espaços de liderança, mas com mulheres dispostas a romper com os padrões.

Estar sensível às barreiras enfrentadas por mulheres no mercado de trabalho e dar suporte e amparo pareceu essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional das três protagonistas da série The Bold Type. Com certeza também seria ótimo se todos adotassem essa ideia de rede de segurança nos seus espaços.

Um mundo diferente

A competição entre mulheres foi (e é) incentivada em nós por meio de um projeto machista de sociedade. É necessário e urgente que passemos a observar a reprodução inconsciente de comportamentos que nos afastam de outras mulheres.

Encontrar quem te veja além das suas limitações é essencial para o desenvolvimento de boas profissionais.  Não é sobre ignorar erros, tomar decisões difíceis quando necessário, mas abrir os espaços para além do padrão.

Tenho certeza que depois desse bate-papo, além de refletir sobre a competição feminina, você adicionou uma nova série na sua lista.

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