voluntária da Elas
06/05/2022
Na noite de 1º de maio, cerca de 2.500 mulheres saíram às ruas pelo fim da violência contra a mulher na Alemanha. Juntas gritavam “Sem Deus, sem Estado, sem patriarcado”.
Essa foi a única manifestação com recorte de gênero do Dia Internacional do Trabalhador em todo o mundo, colocando em pauta estruturas que põem em xeque a permanência delas no mercado de trabalho.
Tais estruturas são o machismo, a misoginia, a objetificação, o controle dos corpos femininos. Todos são instrumentos de um único sistema de dominação: o patriarcado. Uma estrutura social que coloca o homem acima dos demais grupos, concedendo-lhes privilégios e, principalmente, poder.
A violência contra a mulher é só mais um instrumento de controle frente às conquistas femininas no ambiente público e privado. E embora haja meios de combatê-las, esse abuso continua ocorrendo.
Por quê? É que o patriarcado é um problema estrutural mundial e desconstruí-lo demanda muito mais do que vontade de uma sociedade mais igualitária.
Mas o que mais chama atenção nesse dia é o fato de relacionarem todos esses pontos ao dia do trabalhador. Mulheres têm a sua permanência e a sua atuação dificultadas, e, muitas vezes interrompidas, pela violência moral, sexual, psicológica, política, todas motivadas por gênero. São massivas tentativas de restringi-las à casa ou a espaços de menos poder de decisão, limitando seu crescimento profissional.
Instituições públicas e privadas, vocês já ouviram suas colaboradoras para montar uma estratégia de combate mais efetiva? Essas mulheres se sentem confortáveis para denunciar? Quem está à frente do seu compliance? Fica a reflexão desse Dia do Trabalhador.
Fernanda Paixão escreve sobre política, mulheres e empoderamento como jornalista freelance. É voluntária do Time de Comunicação da #Elasnopoder. É mãe de planta, apaixonada por livros e moda.
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