Entre a ficção e a realidade: a jornada na política de Kat Edison, da série The Bold Type

31/03/2022

The Bold Type (2017 – 2021), é uma série que fala de maneira acolhedora e bastante realista da carreira, amizades, amores, desafios e superação das mulheres em uma cidade grande.

Muitas descobertas e reviravoltas acontecem nessa série e uma delas é a candidatura da personagem Kat Edison, uma mulher preta e LGBTQI+, como vereadora na terceira temporada.

Início da sua jornada na política

Ao ver o bar Wild Susan, um dos dois únicos bares lésbicos da cidade que a acolheu desde que se assumiu LGBTQI+, sendo forçado a fechar, Kat procura meios de salvá-lo.

Para isso ela recorre ao vereador do seu distrito. Mas o que encontra é só mais um político atrás de status através de discursos rasos de diversidade e inclusão para ganhar votos, quando, na prática, mal se importa com o bem-estar social.

É aí que começa seu engajamento com a política, ela percebe que para reivindicar seus direitos precisa de alguém não só com o poder de transformar, mas com vontade de fazer a diferença.

Frustrada pela falta de responsabilidade e apoio de quem deveria resolver a situação, Kat se voluntaria na campanha de Lynda Zephyr, candidata com a qual ela se identifica, para impulsionar os votos e a visibilidade através das mídias sociais.

Sua jornada na política ganha passos mais profundos e ela se vê mais imersa na campanha, e com muita vontade de lutar. A motivação de transformação de Kat é tanta que ela até sobe ao palanque para discursar em prol de sua candidata, e seu discurso é inspirador ao ponto de Lynda e Tia, gerente de campanha, encorajarem Kat a se candidatar.

Kat e a jornada da candidatura

Agora Kat começa a estruturar seu plano de candidatura e, para isso, são necessárias diversas coisas, dentre elas a pesquisa de oposição mexe muito com Kat e a faz questionar se vale a pena seguir em frente.

Como lidar com seu passado sendo exposto? Algo que nem você fala sobre? Não é fácil! Quando ela descobre que uma gravidez interrompida pode vir à tona, ela se questiona até onde pode ir.

Mas Kat tem uma boa rede de apoio, suas amigas Jane Sloan e Sutton Bray as acolhe dizendo que está tudo bem, é seu corpo e suas escolhas, só ela pode saber a hora que isso vem à tona.

Tia também não faz diferente, e entende que levar isso a público é uma decisão dela, pois ela mesma não imaginaria seu passado, semelhante ao de Kat, sendo exposto.

Depois de muita dúvida e uma relutância em continuar, as forças para seguir vem em uma festa da empresa, sua chefe, Jacqueline Carlyle, dá um discurso entusiasmante sobre enfrentar os desafios que nos assustam.

Então, ela percebe que precisa fazer, não só por ela, mas por outras mulheres também. Porque ela precisa saber até onde ela pode ajudar outras mulheres.

‘’Inspirar mulheres jovens a enfrentarem os desafios à frente e dar um salto de fé. E sim, é assustador. Mas é essa é a beleza, não é? Porque sem esse salto nunca saberíamos o que seria. Nunca saberíamos do que somos capazes.’’ (Jacqueline Carlyle — The Bold Type, T3:E4.)

E, assim, vem o salto de fé em Kat, enfrentando seu passado com propósitos sólidos para seu cargo de liderança e com muito apoio de todas à sua volta.

Inspiração e motivação

‘’Se minha exposição ajudar a uma mulher se sentir menos envergonhada e menos culpada, então valeu a pena.’’ (Kat Edison — The Bold Type, T3:E4.)

Kat nos mostra como é importante lutar pelo que queremos, pelo que acreditamos, não só lutar, mas vestir a camisa e ocupar cargos políticos como forma de fazer a diferença.

E quando você se apaixona pelo que faz e pelas pessoas que vai ajudar, isso pode transformar e motivar tudo à sua volta. Nós mulheres temos muitas demandas, muitas questões que precisam ser ouvidas e é fundamental que sejam levadas no âmbito político.

Precisamos de mais mulheres que estejam dispostas a mudar as leis para o bem comum, para o bem com equidade. Precisamos de mulheres que deem seu salto de fé em direção a política.

Se você, assim como Kat, também sente que pode fazer a diferença para mulheres sendo quem você é, oferecendo o que você tem, o lado vulnerável e humano, e o lado extraordinário; ou se você conhece uma mulher que tem tudo isso e mais um pouco.

Bom, eu diria que já passou da hora de indicar uma mulher, de indicar a si mesma para ser uma candidata e mobilizar o cenário político brasileiro. O apoio da Elas No Poder e do Impulsa voto você já tem, somos muitas Jane Sloan e Sutton Brady querendo alavancar candidaturas das Kat Edison por aí. Conte com a gente e se candidate.

 

 

Texto de Juliana Pinheiro. Redatora voluntária no grupo de comunicação da ENP, beletrista em formação, apaixonada por arte e cultura e suas expressões, abordando temas pertinentes do cinema e literatura sempre com recorte de gênero. 

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