voluntária da Elas
21/11/2022
Nos últimos meses, os olhos do mundo se viraram para o Catar, país que sedia a Copa do Mundo neste ano.
Porém, essa escolha divide torcedores por ser um país em que mulheres e pessoas LGBTQIA+ tem seus direitos reduzidos.
Reunimos algumas informações para mostrar como é ser mulher no Catar e as principais proibições do país, confira!
O Catar, ou Qatar, é um país do Oriente Médio, pequeno em extensão e grande economicamente.
O país árabe corresponde a um emirado, ou seja, é um território administrado pelo membro da classe dominante, o emir.
A população estimada é de 3 milhões de pessoas, no qual só 10% são nativos e apenas 25% são mulheres.
O PIB per capita, média de dinheiro que cada pessoa ganha no ano, é o que coloca o Catar no topo da lista dos mais ricos do mundo, com uma média de US$112 mil.
Ser mulher no Catar significa enfrentar situações de discriminação diariamente.
Elas precisam de autorização do marido, pai, irmão, avô ou tio, chamada “tutela masculina” para as decisões importantes da vida, como casar, estudar no estrangeiro, desempenhar funções governamentais ou viajar para fora do país até determinada idade.
No caso de mulheres que querem se divorciar dos maridos, a lei não as protege, dificulta esse desfecho e impede que tenham a guarda dos filhos.
Além da descriminação com a mulher no Catar, com a comunidade LGBTQIA+ não é diferente.
Segundo a Anistia Internacional, quaisquer condutas sexuais entre homens representam um crime, punível com uma pena que pode chegar aos sete anos de prisão.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, e o Emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, têm reafirmado as promessas de um Mundial “inclusivo” e “livre de discriminação”.
Porém, a seleção da Dinamarca foi proibida pela FIFA de utilizar uniformes de apoio aos Direitos Humanos.
A organização também está sendo pressionada para aceitar abraçadeiras contra a descriminalização durante o Mundial com a campanha “One Love”.
Devemos refletir como a Federação Internacional de Futebol não possui critérios básicos de Direitos Humanos e igualdade para definir os países que sediam um dos maiores eventos esportivos do mundo.
Essas leis e posturas conservadoras vão além da criminalização das relações entre pessoas do mesmo gênero e das imposições impostas a qualquer mulher no Catar.
Trouxemos outras cinco proibições do país para você conhecer.
Além da proibição de drogas ilícitas como muitos países, incluindo o Brasil, no Catar o consumo público de bebidas alcoólicas também é proibido.
Turistas poderão beber durante a Copa em estabelecimentos selecionados pela FIFA, como zonas de fãs, e em hotéis internacionais.
Uma das principais diferenças culturais em relação aos brasileiros é que deve-se evitar manifestações de carinho e de afeto em espaços públicos.
Isso vale para qualquer lugar e, inclusive, são atos considerados obscenos pelo Código Penal do Catar.
Também é crime filmar ou fotografar pessoas sem autorização delas.
Aquela foto de viagem pode te levar para a prisão caso saia alguém no fundo, então cuidado!
Profissionais de imprensa, como jornalistas e fotógrafos, precisam da emissão de uma licença para trabalhar no país.
O padrão rígido de vestimenta dos países mulçumanos já é conhecido mundo afora, e no Catar não é diferente.
As mulheres muçulmanas vestem a túnica preta, chamada abaya, e o lenço na cabeça, o famoso hijab.
Nem toda mulher no Catar precisa usar esse tipo de vestimenta, mas deve seguir o padrão: peças discretas, sem decotes e transparências e que cubram o colo, barriga, joelhos e ombros.
Em lugares públicos, como prédios do governo, museus e shoppings centers, normalmente, solicitam que homens e mulheres estejam com roupas que cubram os ombros e os joelhos.
Regatas, minissaias e shorts são proibidos por lá.
Porém, em hotéis ou praias privadas, é possível usar roupas mais frescas, até mesmo biquínis ou regatas.
Mesmo sendo difícil entenderem o português, já que é comum falarem árabe e inglês, evite palavrões ou gestos obscenos!
Agora que você sabe um pouco mais sobre o que é ser LGBTQIA+ ou mulher no Catar, o que acha do país sediar a Copa do Mundo?
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Texto de Bruna Rocha, 28 anos, voluntária da #Elasnopoder, redatora e pós-graduada em Gestão Empresarial e Marketing. Apaixonada por escrita, viagem e tudo o que é feito à mão.
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